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INTRODUÇÃO À MEDITAÇÃO SÍNTESE DOS EXERCÍCIOS DO LIVRO “DESPERTAR DA ESPIRITUALIDADE”

Há alguns anos atrás fomos coligindo, após estudo da vida, pensamento e experiências, de um grande número de místicos, quer orientais quer ocidentais, um conjunto de exercícios e métodos referenciados a várias religiões e atitudes, tendentes ao despertar da espiritualidade e da sensibilidade – veja-se a Introdução do livro “O Despertar da Espiritualidade, Meditar sem Mestre –.
A sua diversidade prende-se com as múltiplas mundividências daqueles, e não representou um assentimento do autor ou uma aceitação sem reservas de todos eles. 

No domínio da espiritualidade mais profunda tem-se procurado a cessação da actividade mental, que entre outras pode ser provocada pela:

  • Observação continuada da mente. Quando a examinamos tomando consciência de todos os pensamentos que aí são gerados, estes tendem a parar;
  • Concentração num pensamento. Todos os outros pensamentos desaparecem e aquele acaba também por desaparecer;
  • Observação de um objecto;
  • Repetição de um mantra;
  • Consciência constante. Atenção global de cada instante da vida.

Cedo compreendemos que a meditação não pode estar apartada da vida e que esta tem de ser abundantemente vivida. Mesmo a maior parte dos grandes místicos, nunca intentaram destruir a inevitável ligação entre o que em nós pode ser qualificado como interior e a realidade.
Meditar é mergulhar na realidade com todo o nosso ser. É uma consciente abertura do Espírito à Natureza, aos Outros e ao Universo.
A maior parte dos exercícios mencionados só valem enquanto iniciação. Foram o ente gestante da perspectiva que nos passou a dominar: a “senda” para a realidade e para o “agora”, único modo de terminar de forma não patológica com o sofrimento psicológico.

Meditar, é a na nossa perspectiva, como veremos no artigo referente à Meditação – veja-se também o artigo denominado “Consciência Constante”, transcrito  do dito livro –:
Observar o pensamento e o seu movimento, numa vigilância passiva, e tudo o que nos rodeia, sem comparar ou interpretar, em atitude de constante aperfeiçoamento dos sentidos.
“Ser”, sem nada buscar, intensamente, com paixão.

A meditação é sem sombra de dúvida o que temos de mais importante nas nossas vidas.

 

O DESPERTAR DA ESPIRITUALIDADE
MEDITAR SEM MESTRE

RESUMO

NOTÍCIA DA DOENÇA
* Anúncio de doença mortal.
* Como é que vai viver o resto dos seus dias?

RELAXAMENTO
* Deitado – Imóvel. » Respirar profundamente pelas narinas, tomando consciência da respiração e das sensações que advêm da imobilidade. » Sentir o peso do corpo. » Formigueiro. » Distensão dos pés, pernas, braços, mãos, tórax, pescoço, cabeça.
* Sentado:
         1 –    Imóvel.
         2 – Transportes, cafés, etc. » Consciência dos gestos suaves e graciosos ( o menor número possível ).
* Caminhando. » Sem imobilidade. » Gestos suaves e graciosos, que permitem à mente concentrar-se nas atitudes corporais.

CONSCIÊNCIA DA RESPIRAÇÃO
* Observação pura e simples da respiração em posição de relaxamento e depois em movimento – sem resistir aos pensamentos parasitas, deixando simplesmente que fluam – .
* Respiração ritmada – 4 (Inspiração)-2 (Retenção)-4 (Expiração) ou – 6-3-6 –.

MANTRA
* Pai (Inspiração) – Tende piedade de mim (Expiração).
* Um-Pai-Om ( raios de luz na direcção do plexo solar ) – Breve retenção – T.p.m. ( os raios irradiam para todo o corpo, partindo do plexo, abençoando-o, dando-lhe paz, curando todos os seus males ).

CONSCIÊNCIA DOS ROSTOS, CORPOS E PALAVRA
* Veja sem mais...
* Limite-se a ouvir...

OBSERVAR O PENSAMENTO
* Observar o pensamento.
* Observar o pensamento e tudo o que nos rodeia.

CONSCIÊNCIA DE SI
* Consciência do corpo, da respiração, das sensações, emoções, observação dos pensamentos e do seu movimento (autoconhecimento), sentimentos negativos, desejo e medo.

CONCENTRAÇÃO NUM OBJECTO
* Implica um conhecimento pleno e detalhado do mesmo.

MEDITAÇÃO EM JESUS, BUDA, S. FRANCISCO OU OUTRO-VISUALIZAÇÃO
* Utilize uma imagem.
* Feche os olhos e visualize-a interiormente.
* Visualizar num ecrã tudo o que pretendemos que nos aconteça, o que queremos modificar em nós e o restabelecimento da saúde em caso de doença.

QUEM SOU EU?
* Esta questão colocada insistentemente, provoca a introversão, tranquilizando a mente.

  • Sou este corpo com as correlativas funções orgânicas?
  • O fenómeno de consciência pelo qual entro em contacto ou percepciono o universo, ou crio um universo próprio – estado de sonho –, não pode ser o “Eu”.
  • O intelecto, gerador de pensamentos, cuja sucessão delimita a individualidade, ou melhor, o “ego” – que só se manifesta no estado de vigília e de sonho – também não é o “Eu”.
  • O “Eu” só pode ser a essência que subjaz aos três estados que dominam toda a nossa vida – vigília, sonho e sono profundo –.

EXERCÍCIO MORTE
* Doença – Processo da morte – Extinção do “ego”.
* Será esse corpo? Há algo mais para além dele? Sinta-o, deixe que se manifeste.

MEDITAÇÃO SO´HAM
* SO´HAM – eu sou Ele.
         SO (Insp.) – HAM (Exp.)
         ( pureza, paciência, alegria, paz, amor, cura, compaixão, beatitude).
Sentir a presença de Deus em tudo.

EXPANSÃO DO EU
* Expanda a sua visão e a sua consciência. Tome consciência da infinitude do “Si”. Veja-se em todos os lugares e tempos.
Alargue a consciência à dimensão do Universo.

EXERCÍCIOS DE CONSCIÊNCIA
Concentração: na chama de uma vela; flor; pedra; folha; ramo; árvore; floresta; vales; montanhas; mar; rios; lagos; regatos; céu; nuvens; astros; obras dos homens; sons; música.

CONSCIÊNCIA CONSTANTE
* Atenção global – pura percepção do agora.