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A AUTOCURA

Em regra, todas as medicinas, mesmo a maioria das denominadas alternativas ou complementares, como a Homeopatia, a Osteopatia e a Medicina Tradicinal Chinesa, exigem uma cuidada formação académica. Com os Florais de Bach, a tarefa do terapeuta encontra-se muito facilitada, desde que a sua sensibilidade e o autoconhecimento do paciente sejam uma constante. Este último, se tiver uma clara percepção da estrutura da sua personalidade e estados emocionais, incluindo os transitórios, pode com elevado sucesso recorrer à autoprescrição.
Estamos perante um sistema curativo essencialmente vocacionado para a autocura.
Nos Florais de Bach não se exigem conhecimentos profundos do “interrogatório e exame”, tal como ocorre em Psicopatologia ou em Homeopatia. Impõe-se que o terapeuta ou o próprio paciente tenham ou adquiram uma clara percepção dos estados afectivos, dos estados psicológicos que os fazem sofrer, reconhecendo os que surgem com maior constância e que são a estrutura da personalidade, daqueles que são meramente esporádicos. Com a experiência, que decorre da observação, desenvolve-se a sensibilidade e com esta, a capacidade de escolha dos florais propícios ao restabelecimento da saúde.
Isto não quer dizer, que a história do paciente – individual, hereditária, antecedentes mórbidos, doença actual, comportamentos, tais como, fugas, tentativas de suicídio, violências várias –, a análise do seu comportamento – apresentação, atitudes ao exame, agitação, sono, higiene corporal, sexualidade e condutas sociais – e o estado psíquico com os seus múltiplos mecanismos, não sejam cuidadosamente analisados.
Pode acontecer que um determinado paciente possa ter sofrido na infância um choque traumático violento, que tenha condicionado toda a sua vida futura, gerando inúmeros desequilíbrios. Todos nós sofremos traumas na nossa curta existência. São os traumas do nascimento, da infância, da adolescência, da idade adulta. Por tal motivo, não será despiciendo iniciar o tratamento com Star of Bethlehem ou incluir este medicamento no complexo de essências que cuidarmos adequado à harmonização do nosso estado emocional ou do nosso paciente.

No entanto, não nos podemos esquecer, que os Florais visam por meio de um método simples eliminar as desarmonias e gerar saúde, que se configura como um estado de harmonia entre a mente e o corpo, estado esse que pressupõe o equilíbrio quer das funções cerebrais, quer dos diversos órgãos. Por outro lado, deve privilegiar-se a cura pelo próprio paciente: é um sistema de auto-ajuda por excelência.

Tratando-se de autoprescrição, é sabido que nem sempre estamos dispostos a reconhecer sentimentos negativos e estados emocionais menos lisonjeiros.
O autoconhecimento, como observação pura e simples do que está a ocorrer em nós a cada momento, a observação do pensamento e do seu movimento próprio, sem recurso a comparações, interpretações ou julgamento, auxiliar-nos-á na escolha correcta.
A observação, na perspectiva do autoconhecimento, implica vigilância constante de toda a actividade mental e fisiológica perceptível. É uma escuta permanente dos estados afectivos e emocionais, dos gestos e atitudes, dos pensamentos e sensações, que por si só, independentemente de esforço e resistência pode produzir transformações substanciais no paciente.
O autoconhecimento leva à quietude da mente e com o auxílio efectivo dos florais, as transformações não se farão esperar, com o consequente fim do sofrimento.