Edward Bach nasceu no ano de 1886 em, Moseley, Birminghan, Inglaterra. Licenciou-se em medicina no ano de 1912, pelo Univesity College Hospital. Em 1913 foi nomeado director do serviço de urgências, tornando-se cirurgião das mesmas no National Temperance Hospital.
No exercício da mesma, e na sequência de observações realizadas durante o período em que foi universitário, apercebeu-se que no tratamento das doenças, o estado afectivo dos doentes era bem mais importante que o seu corpo físico, ou seja, que as patologias físicas derivavam em muitos ou na maior parte dos casos de desequilíbrios e condições psicológicas adversas. Bach, entendia os pacientes como seres humanos e não como meros casos susceptíveis de catalogação.
Considerou que o tratamento dos inúmeros padecimentos a que os seres humanos estão expostos, deveria tomar em consideração a causa das doenças, o que o determinou ao estudo da imunologia, tornando-se bacteriologista, no ano de 1915.
É hoje dado como assente, que uma mente estável interfere positivamente no sistema imunitário, proporcionando um acréscimo de defesas a todos os que gozam de saúde espiritual. Neste particular, podemos constatar que a Psicopatologia determina, entre outras, como doenças em que pode predominar uma patogenia psicossomática, a artrite, doenças da coluna, o espasmo do esófago, dispepsia, úlcera gastroduodenal, síndroma do cólon irritável, obstipação, diarreia, colites, psoríase, eczema, urticária, eritema, asma, rinite, coriza alérgica, tuberculose, psicalgias diversas, enxaqueca, hipertensão, cardialgias, acidentes vasculares cerebrais, hipertiroidismo, anorexia, perturbações sexuais, e até o cancro.
Os Remédios Florais intentam curar os distúrbios psicológicos dos indivíduos – que são entidades bio-psico-sociais globais –, imediata ou mediatamente causadores das doenças físicas, sem olvidar, que gerando o equilíbrio personológico do paciente, melhoram substancialmente a sua qualidade de vida, proporcionando-lhe auto-estima, gosto pela vida em todas as suas manifestações e um bem estar geral, que são apanágio de uma personalidade normal. A recuperação da doença é muito mais rápida e eficaz quando os aspectos dinâmicos da personalidade se enquadram em padrões considerados normais e a atitude do paciente perante a vida e os inúmeros factores psicossociais envolventes se assume de modo positivo.
No ano de 1917 foi diagnosticada a Bach uma doença incurável, tendo-lhe sido vaticinados três meses de vida. No entanto, só veio a falecer muito tempo depois, em 1936, talvez motivado por uma enorme determinação em realizar o projecto de trabalho que intuitivamente o assoberbava.
Entre os anos de 1919 a 1922, trabalhou como bacteriologista e patologista no Hospital Homeopático de Londres, tendo sido profundamente influenciado pela doutrina hahnemanniana, que havia sido elaborada há cerca de um século e meio.
Em 1928 descobriu Bach, três florais: Mimulus, Impatiens e Clematis, depois de ter observado que os diferentes tipos de personalidade reagem à doença de forma diversa.
Entre 1930 e 1934, após ter desistido da sua clínica em Harley Street, fixou-se em Cromer, na costa de Norfolk e por experimentação própria, já que era um homem extraordinariamente sensível, descobriu os restantes 35 remédios florais e o Rescue Remedy, teorizando os fundamentos da nova terapia, que pretendia simples e eficiente, ao ponto de considerar perfeitamente possível e até recomendável o autotratamento. Em 1931 publicou o livro “Cura-te a ti mesmo”, que tem tido ao longo dos anos inúmeras reedições, cuja mensagem se pode resumir ao facto de que a doença física deriva de um conflito com a nossa essência e desígnios espirituais.
Em 1934 transferiu a sua residência para uma vivenda denominada Mount Vernon, em Oxforshire, actual Edward Bach Centre, onde ainda hoje se preparam as tinturas mãe dos florais utilizando-se sempre que possível os mesmos locais do fundador para a colheita das flores.
Nora Weeks e Victor Bullen, colaboraram com Bach e deram continuidade à sua obra. Também F.J. Wheeler, autor de um Repertório dos Remédios Florais, que conheceu e trabalhou com ele, de 1929 até à sua morte, alcançou extraordinários resultados com a aplicação das 38 essências. O mesmo tem acontecido com inúmeros terapeutas do mundo inteiro.
Para Bach, a doença é o resultado do conflito entre a Alma e a mente e jamais será erradicada excepto por intermédio do esforço espiritual. Uma personalidade isenta de conflitos é imune à enfermidade, sendo o “ego” a causa de todos os nossos problemas e ainda a ideia de dualidade, que não nos permite ver o Todo.
Na cuidada observação dos pacientes, concluiu que as enfermidades resultavam de estados emocionais negativos, como o medo, a indecisão, ansiedade, desespero, angústia.
Não é a doença física que urge tratar, mas o psiquismo que se encontra em desarmonia. Há que tratar o doente e não a doença, concepção desenvolvida por Hahnemann, criador da homeopatia. Os florais, encaram o indivíduo na sua globalidade mental, que é valorizada em detrimento dos sinais e sintomas meramente físicos. Por tal motivo, dois doentes com a mesma patologia, podem ser tratados com diferentes remédios, face às suas estruturas caracterológicas e de personalidade, hierarquizando-se sintomas de componente emocional, tais como, ansiedade, depressão e fobias. Este tipo de procedimento pode ser encontrado na Medicina Homeopática, onde os sintomas mentais e gerais do paciente assumem uma importância decisiva, em detrimento dos locais.
Para além de médico e bacteriologista, Bach tinha formação em homeopatia, o que o introduziu no conceito de cura vibratória. Como é sabido, os medicamentos homeopáticos a partir de determinada diluição não contêm quaisquer moléculas da substância originária e os de diluição mais baixa apresentam uma concentração bastante reduzida.
Influenciado pelos métodos da farmácia homeopática, no contacto com a natureza, testou em si mesmo o efeito de diversas flores, colocando uma ou mais pétalas recolhidas de manhã e ainda orvalhadas na língua e até na palma da mão, por ter percepcionado que as gotas de orvalho aquecidas pelo Sol, adquiriam as propriedades curativas das flores em que se tinham formado.
A comunidade científica considera-os placebos por não estar demonstrada a sua eficácia ao nível bioquímico. No entanto, muitos pacientes têm obtido resultados inesperados, interessando-lhes não a demonstração científica, mas o alívio dos seus males.
Como ensinou Bach, “ A saúde depende de estarmos em harmonia com as nossas almas”.