A terapia dos Florais é simples e eficiente. A sua eficácia tem vindo a ser demonstrada empiricamente por inúmeros práticos e experimentadores. No entanto, não é por via da sua simplicidade, que deve ser descurado o interrogatório do paciente, olvidando-se regras básicas de pesquisa, propiciadoras de prescrições erróneas.
Neste domínio, podemos com as necessárias adaptações, socorrer-nos do método homeopático de interrogatório.
Necessitamos identificar a totalidade sintomática do paciente. É certo que os Florais se objectivam nos denominados estados emocionais, mas nada obsta, antes se impõe, o entendimento do paciente em observação como um todo. Se por um lado podem existir patologias mascaradas e situações de urgência, implicando o inevitável recurso à Medicina alopática, por outro o terapeuta, caso a tal esteja habilitado, fará concorrer para o alívio dos males do enfermo, outras terapêuticas, nomeadamente a Homeopatia e a Fitoterapia.
Não existem regras rígidas ou modelos de interrogatório perfeitos. Cada um saberá adaptar ou mesmo revogar o que a seguir se explanará, encontrando o ponto de equilíbrio necessário à prossecução dos seus intentos, estes sim, respeitantes à cura rápida, suave e duradoura do paciente.
1 – DADOS PESSOAIS
Não nos podemos esquecer que os Florais implicam um conhecimento adequado do enfermo. Sem uma caracterização precisa, a escolha do medicamento será defeituosa e o tratamento inoperante. Para que nos desvende os “mistérios” da sua personalidade, necessita de confiança e compreensão.
2 – ANTECEDENTES DO PACIENTE
Os antecedentes familiares compreendem: falecimentos, patologias, estados mórbidos dos ascendentes e colaterais do paciente.
Estes englobam: antecedentes patológicos e tóxicos, imunizações, alergias medicamentosas, outros tipos de alergia, tratamentos actuais. Não convém descurar os factores psicológicos que de alguma forma possam ser categorizáveis como antecedentes pessoais.
3 – INTERROGATÓRIO PROPRIAMENTE DITO
É necessário que o terapeuta não se deixe induzir em erro pelos relatos das pessoas que possam acompanhar o enfermo, nem se iluda com as próprias ilusões deste.
Revelar-se-á infrutífero e contraproducente tentar empregar uma linguagem mais erudita ou técnica nos relatórios e fichas clínicas dos doentes, do que a que estes utilizaram. Com o decurso do tempo, por via de deficiências naturais da memória, as alterações narrativas podem propiciar uma interpretação inibidora do remédio ou remédios mais apropriados.
O interrogatório, neste particular, deve ser efectuado com base nos sintomas e emoções que o paciente não aprofundou ou que sejam dúbios para o terapeuta. Proceder-se-á há recolha de dados que consolidem e especifiquem a narração do paciente. O bom interrogatório, também depende da atenção dada a pormenores ou factores predisponentes do quadro patológico, que o paciente não mencionou – por embaraço, indolência, falta de disposição ou esquecimento – e que o terapeuta já conhece como essenciais a um diagnóstico fiável e correcto, considerando as descrições da Matéria Médica.
Nas doenças agudas, a tarefa do terapeuta não está de todo facilitada. O estado mental predomina, e apenas a anamnese poderá ser descurada – o que não ocorre nas doenças agudas de repetição –.
O factor etiológico – ou biopatográfico – é o acontecimento que originou o estado patológico. Pode ser hereditário – causa diatésica ou de “ terreno” –, ter origem física – exposição ao frio húmido ou frio seco – ou psicológica – desgosto de amor, ciúme, medo ou pânico –.
O conhecimento da Matéria Médica dos Florais de Bach, não só é útil como também estritamente necessária à realização de um interrogatório produtivo. A sua leitura constante indicar-nos-á o caminho seguro para a cura.