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A PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM FARMÁCIAS HOMEOPÁTICAS DE CAMPANHA

Para além do tratamento isopático, nada obsta, sendo de todo aconselhável que os terapeutas de zonas carenciadas dominem os princípios da doutrina homeopática. Acresce ainda ser exigível um conhecimento mínimo da medicina alopática(1).
Não é fácil estabelecer o stock mínimo de medicamentos homeopáticos para uma farmácia de campanha. Na dúvida, esta deverá ser constituída pelos policrestos – muito utilizados na clínica –, semipolicrestos – que apresentam extensas patogenesias, mas não são tão utilizados quanto os policrestos  –, pequenos medicamentos de uso corrente e ainda por todos aqueles que sejam especificamente necessários na zona de intervenção – aquisição forçosamente ditada pela experiência e pela ocorrência de patologias predominantes –. Neste particular veja-se o artigo “Medicamentos da Farmácia Homeopática de Campanha”.
        
É certo, que a terapêutica homeopática não se deve pautar única e exclusivamente por “receitas” simplistas que se aproximam ou identificam com os métodos da medicina alopática – mera utilização de receituários ou guias de prescrição –. A utilização de repertórios de sintomas homeopáticos, com o diagnóstico firmado pelas matérias médicas, sempre com o objectivo de encontrar o simillimum do enfermo, é o modo correcto de proceder. No entanto, na impossibilidade de formar terapeutas unicistas ou hahnemannianos em todas as regiões desfavorecidas, reputamos que mais vale uma intervenção do tipo pluralista ou complexista, mesmo que relativamente imperfeita, a uma ausência absoluta de cuidados de saúde, desde que sejam respeitadas as regras basilares da doutrina homeopática.
A apreciação do caso concreto implicará sempre o recurso a uma ou mais matérias médicas, de molde a que os sintomas do paciente tenham uma correspondência visível com a patogenesia do medicamento.

 
Na hipótese de intentarmos multiplicar os medicamentos da farmácia homeopática de campanha, constituída por frascos com 30 ml de remédio, eventualmente adquiridos na 4ª centesimal hahnemanniana – CH –, incumbe-nos diferençar:

         A – Se desejamos apenas criar uma 5ª CH, utilizamos o processamento da farmácia homeopática:

                   1. – Com um conta gotas ou uma pipeta, convenientemente desinfectados, extraímos 8 gotas do frasco da farmácia, que retém o medicamento na 4ª CH.

                   2. – Vertemos num outro frasco, que nomeamos frasco medicamento, também esterilizado, as oito gotas a que adicionamos uma solução alcoólica a 30%.

                   3. – Agitamos 100X o soluto do frasco citado em 2.
                            Obtemos uma 5ª CH.

         B – Se a nossa intenção é reproduzir a partir da 4ª CH, uma potência elevada, preservando por aproximação expedita, a mesma diluição – CH –, utilizaremos o procedimento das DS – ver em sede de Isopatia o artigo “Um Procedimento Farmacológico Expedito” –, ou seja:

                   B.1. – Vertemos o conteúdo do frasco da farmácia, num frasco de 50 ml, previamente esterilizado, que intitulamos como já ficou referido, por frasco medicamento.

                   B.2. – Deitamos no frasco farmácia o conteúdo do frasco medicamento, deixando-o escoar durante cerca de 5 segundos.

                   B.3. – Derramamos no frasco medicamento 30 ml de água purificada, destilada, bidestilada ou fervida.
                                Agitamos a solução 100X.
                                Temos a 5ª DS.

                   B.4. – Vazamos o frasco medicamento, sacudindo-o vigorosamente durante 5 segundos.
                                 Deitamos 30 ml de água purificada, destilada, bidestilada ou fervida.
                                 Agitamos a solução 100X.
                                 Obtemos a 6ª DS.

                   B.5. – Repetimos o procedimento narrado em B.4.
                                 Obtemos a 7ª DS.

                   B.6. – Repetimos o processo, tantas vezes quantas as necessárias com a finalidade de obter a potência desejada – (…) 12ª DS, (…) 15ª DS, (…) 30ª DS, (…) 200 DS, etc. –.
                                 Antes da última sucussão, os 30 ml adicionados podem ser constituídos por 2/3 de água e 1/3 de álcool, que agirá como conservante – esta exigência dependerá do destino do medicamento: toma pelo paciente de uma única dose ou pelo contrário, de várias doses com a consequente necessidade de conservação da solução no tempo –.

_Notas:

(1)- Os terapeutas sem formação especializada, tais como missionários, devem munir-se de obras de referência, nomeadamente: Compêndio de Clínica Geral, Jonh Murthag, Mc Graw Hill, Onde não há médico, David Werner, Edições Paulus, S. Paulo, Brasil, e Dicionário das doenças para uso das profissões de saúde, Cristhophe Prudhome, Jean-François d´Ivernois, Instituto Piaget.