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A Repertorização nos casos Agudos

Segundo Hahnemann, a investigação das doenças agudas – ou que existem por tempo limitado –, é a que se torna mais fácil para o médico, porquanto sinais e sintomas estão bem presentes, quer na mente do enfermo quer dos que o cercam – neste sentido o § 99 do Organon –.
        
Em Portugal, onde a Homeopatia não é uma especialidade médica, sendo poucos os médicos que a exercem, ocorre que o terapeuta sem grau académico em alopatia, se vê sobretudo confrontado com as denominadas doenças crónicas. Quantas vezes o especialista em Medicina Tradicional Chinesa, em Homeopatia, Osteopatia, entre outras, recebe pacientes que esgotaram todos os recursos da medicina convencional, sendo portadores de doenças de longa duração?!

As doenças agudas configuram-se como verdadeiras perturbações da Força Vital, determinando enfermidades de curta duração e que findam com a aniquilação da sua causa e sintomatologia ou nos casos mais drásticos com a morte.

O interrogatório no agudo, em pouco diferirá do realizado no crónico.
Ariovaldo Ribeiro Filho considera que para proceder à cura do enfermo, é fundamental a compreensão do mesmo na sua totalidade característica, apresentando o mesmo um quadro agudo ou não, e que serão sempre soberanos os sintomas peculiares, estranhos, inexplicáveis e incomuns. No quadro agudo, especificamente, são de fundamental importância os sintomas gerais e depois os locais modalizados. Os comuns e patognomónicos – que são os da doença –, apesar de estarem bem representados na maioria dos repertórios e terem a sua utilidade própria, não são os primordiais.

Para a repertorização no agudo, podemos utilizar o método de eliminação ou cancelamento:

  • Identifica-se o sintoma principal do caso ou seja o mais característico, que não deve possuir um número muito pequeno ou elevado de medicamentos.

Coloca-se um marcador de livros na página relativa à rubrica correspondente;

  • Localizam-se mais duas ou três rubricas, previamente valorizadas e hierarquizadas, exceptuando-se keynotes e as que têm muito poucos medicamentos, marcando-se também como no caso do sintoma principal.
  • Analisam-se as rubricas e verificamos quais os medicamentos que cobrem todos os sintomas do caso.

Até aqui o procedimento assemelha-se ao do “tripé de Hering”.

  • Conferem-se os medicamentos apurados com os sintomas excluídos, tendo uma atenção especial no que aos gerais respeita.
  • Restando um número muito reduzido de medicamentos – dois ou três –, procede-se à comparação com a Matéria Médica, com o objectivo de encontrar o simillimum.