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Fundamento da Homeopatia

A homeopatia alicerça-se num trabalho de natureza científica com mais de duzentos anos, consequência das investigações efectuadas por múltiplos experimentadores que ingeriram substâncias em doses ponderais, não letais, e registaram meticulosamente os sintomas produzidos, e ainda de registos toxicológicos – quadros sintomáticos obtidos pela ingestão voluntária ou involuntária de substâncias, como o arsénico – e observação de curas clínicas.
Nascem assim as Matérias Médicas, que são numa definição simplista, registos de sintomas – Verbi gratia: Matéria Médica Pura, S. Hahnemann; A Cyclopaedia of Drug Pathogenesy, Hughes & Dake; The Encyclopaedia of Pure Materia Medica, T.F. Allen e The Guiding Symptoms of Our Materia Medica, Hering –.

Com o aumento incessante do número de medicamentos experimentados,  face às limitações humanas no concernente à memória – é praticamente impossível um homeopata dominar cabalmente as muitas patogenesias descritas –, realizaram-se Repertórios, índices de sintomas, coligidos das Matérias Médicas ou da mesma forma que estas, realçando-se pela sua importância o Repertório de Kent.

Com mais de 1000 medicamentos descritos nas Matérias Médicas, estas são forçosamente complementadas pelos Repertórios, que são índices de sinais e sintomas, organizados em capítulos, rubricas e sub-rubricas.
 
A medicina alopática, método terapêutico pelo qual se efectuam tratamentos com remédios que produzem efeitos diferentes dos da doença a curar, utiliza antídotos – a diarreia é tratada com um medicamento que produz obstipação –, enquanto que a homeopatia utiliza uma dose mínima da substância – de modo a que a sua toxicidade seja eliminada – que provoca o mal que se pretende tratar – o café que impede ou dificulta o sono à maioria dos indivíduos, é utilizado em doses homeopáticas ( doses mínimas)  para combater a insónia. 

A homeopatia enfrenta e assume o corpo na sua globalidade e os medicamentos têm a função de auxiliar o organismo na autocura, significando isto que se trata o semelhante pelo semelhante – do Grego “homos”/semelhante e “pathos”/sofrimento –.

São três os grandes princípios da doutrina homeopática: Similitude, Globalidade e Infinitesimalidade.
A estes poderemos referir como sua consequência lógica, o do Remédio Único. Em sede de Homeopatia Unicista, pela utilização conscenciosa do Repertório de Sintomas Homeopáticos, e pelo recurso ao estudo exaustivo das Matérias Médicas, a um determinado paciente, apenas deverá ser receitado um medicamento, o seu simillimum, que na impossibilidade de ser perfeito, deverá aproximar-se o mais possível da totalidade sintomática.