Fundamentalmente, as substâncias medicamentosas utilizadas pela farmácia homeopática, são de origem animal, vegetal ou mineral.
As atenuações das substâncias sólidas, praticamente insolúveis, são obtidas por trituração, passando-se à forma líquida a partir da quarta concentração, sendo a partir daí realizadas as operações segundo os princípios das diluições hahnemannianas.
Hoje são cerca de 2000, inexistindo uma matéria médica que contenha as patogenesias de todos eles.
As tinturas mãe, são preparações líquidas resultantes da acção dissolvente dum veículo alcoólico nas substâncias de origem vegetal ou animal.
À parte destas, surgem-nos as diluições decimais e centesimais, sendo estas últimas, que mais utilizamos na clínica.
O remédio mais usual é constituído por grânulos de lactose que são impregnados com a diluição que lhes dá a denominação – verbi gratia, 5ª CH (centesimal); 9ª CH; 15ª CH; 30ª CH... –.
As doses de glóbulos – também lactose impregnada com a diluição hahnemaniana – têm a particularidade de serem tomadas de uma só vez pelo doente. Estas doses únicas de glóbulos podem ser substituídas pela ingestão de 12 grânulos.
Por razões que entenderemos no artigo referente à prescrição e posologia, preferimos ministrar o medicamento em gotas – a forma líquida permite um pequeno acréscimo de dinamização a cada toma –. O mesmo número de gotas que o indicado de grânulos.
Os medicamentos homeopáticos possuem um padrão energético ou vibratório, cuja influência se repercute na força vital do organismo promovendo a sua cura.
No estado actual do conhecimento científico é quase impossível demonstrar de que modo agem as substâncias homeopáticas, muito em especial as altamente diluídas. A prática demonstra que promovem a saúde e a cura, mais nada para além disso. Têm-se empreendido vários estudos sobre a constituição e acção da medicação homeopática, mas a comunidade científica internacional considera os resultados destes estudos inconclusivos e precários.
Na perspectiva de Hahnemann, o medicamento homeopático reproduz os sintomas da doença. Deste modo, gera-se uma doença artificial semelhante e mais poderosa do que a que reside no organismo. A força vital vê-se compelida a agir contra uma nova doença despendendo mais energia para a eliminar. A doença criada artificialmente, embora mais poderosa, possui um curto prazo de acção, o que permite à força vital sobrepujá-la facilmente após se ter obtido a cura eficaz da doença original. O organismo permanecerá sadio já que ambas as doenças foram eliminadas com sucesso.
Verifica-se assim que o medicamento homeopático produz uma doença de força superior, paralela à original que pela sua escassa duração no tempo será facilmente contrariada pela força vital após se ter conseguido a cura da enfermidade fecunda – § 155 do Organon. Escreveu ainda (§ 29 do Organon): “Uma doença artificial semelhante e mais forte é posta em contacto e ocupa o lugar da natural, semelhante e mais fraca. A força vital é então compelida instintivamente a dirigir grande quantidade de energia contra essa doença artificial. Devido à duração mais curta da acção do agente medicinal que agora afecta o organismo, a força vital logo sobrepuja a doença artificial. Como na situação inicial o organismo já fora aliviado da doença natural, ele é finalmente libertado da artificial medicamentosa e pode então prosseguir de maneira sadia” –.
Podemos reter que os medicamentos homeopáticos apoiam e estimulam os mecanismos de autocura existentes em todo o organismo vivo.